Estamos diante de uma das grandes discussões voltados a questão comportamental e cultural de nossas crianças: A erotização infantil e suas conseqüências.
Atualmente a mídia mostra e sugere em seus meios diversos a palavra sexo ou o apelo sexual. A TV especificamente mostra, sem pudor e com poder o próprio o ato sexual. Será que isto é realmente importante para nossas vidas e como nossas crianças vêm este apelo e como reagem a isto?
Inobistante ao fato em si da atividade sexual, natural, o sexo está sendo introduzido na cabecinha dos nossos jovenzinhos, meninos e meninas que na sua inocência são forçados a entenderem a sexualidade antes mesmos de entenderem quem são.
É comum vermos nos programas de tv para adultos o apelo dos editores e criadores em mostrar roupas mais sensuais, decotadas, deixando certas partes do corpo a mostra. Costuman usar também frases de efeito, musicas eróticas e coreografias explicitas e seguem a idéia para os programas infanto-juvenil, isto é, passam para nossas crianças a mesma idéia de liberalidade muitas vezes de forma clara e sem pudor.
E qual a influência que os artistas dos diversos programas, principalmente da tv passam para os nossos pequeninos? Como será o desenvolvimento e o comportamento de nossas crianças sabendo que a menina mais “gostosona” vai ser melhor que as outras, ou o cara mais “pegador” é o cara mais bacana da praça?
Não temos dúvidas que só o fato das crianças imitarem os artistas e “ícones” da tv brasileira e mundial, já trazem prejuízos enormes para seu desenvolvimento e uma experiência continuada desta natureza leva a criança há criação de comportamentos que não são próprios de sua idade, podendo desencadear padrões de adulto e podendo criar um comportamento conflitivo no futuro, principalmente na área sexual.
A exibição do corpo, pouca roupa, danças sensuais imitando os atos sexuais, as músicas com palavreados chulos e agressivos aos ouvidos a demonstração de normalidade da bissexualidade ou homossexualidade, revistas e sites ensinando como se beija, como se tocar e onde e como se tocar, tudo isto é muito apelativo e só tem uma finalidade banalizar o sexo o que por consequência poderá estimular precocemente a iniciação sexual.
Outra interpretação não há senão a de que a erotização infantil traz para a meninada somente malefícios. O erótico o excitante o atraente e o insinuante demonstrado de forma explícita faz com que as crianças aprendem a usar destas ferramentas e armas para formar armadilhas e conquistarem algo que entendem como importante principalmente na adolescência o que segue com certeza na idade adulta criando pessoas sem pudor e sem caráter.
Uma atenção especial devemos das as nossas meninas, pois este apelo pode provocar uma realidade indesejada, qual seja, de que o corpo é uma fonte de prazer, consumo, poder e status social.
Queremos aqui dizer que a erotização infantil tira parte da infância, pois utiliza instrumentos de apelação criando inconscientemente um foco de materialização do sexo na mente de nossas crianças, canalizando suas ações futuras a uma tendência a banalidades e perversidade.
Outro entendimento não há senão o que a sexualidade precoce favorece o adiantamento do primeiro contato sexual, aumento dos casos de gravidez precoce, violência e abuso sexual, agressividade, liberalidade, abandono dos estudos, prostituição e até contaminação de doenças sexualmente transmissíveis, por que não?
A pressão que os meios de comunicação fazem na mente de nossos jovens é grande, isto é demasiadamente visto quando utilizam em suas várias programações expressões como “bv ou boca virgem”, “cachorra”, “potranca”, “piriguete”, “garanhão”, “lindo, tezão, bonito e gostosão” entre tantas outros que fazem com que as crianças buscam o processo de abertura sexual sem a inteiração do que pode ocorrer e qual grande é o atraso ou o prejuízo desta ação.
Com todo este bombardeio de informações incultas começam a incorporar nas crianças atitudes abertamente sedutoras, lembrando o comportamento dos adultos e pasmem, até mesmo brinquedos eróticos vem induzindo no mercado, como a criação de uma boneca criada nos EUA que sobe e desce sobre um mastro, imitando uma stripper. Isto tudo faz com que nossas crianças percam e muito da sua espontaneidade, naturalidade e principalmente a ingenuidade quebrando muitas vezes o brilho e o encanto juvenil.
Com efeito, as meninas passam ter para os meninos uma imagem caricatural de “gostosa” mulher objeto o que provoca, em contrapartida nas meninas, a sensação de status e de poder.
O que devemos fazer neste momento como pais ou educadores? O papel dos pais e educadores neste momento é fazer com que as crianças brinquem mais com os brinquedos educativos, que os levem para os parques, praças, ao circo, que controlem os programas, inclusive infantis e internet, que vejam o que estão lendo, outro exemplo são as revistinhas juvenis para meninas que desgraça é aquilo?
Observe o apelo sexual de todos os meios de comunicação e é claro, dêem para as crianças alternativas de lazer e programação, outras fontes musicais de cunho criativo, reflexivo, com melodias suaves e construções harmônicas adequadas com letras instrutivas, livros infantis ilustrativos e é claro, muita historinha e conversa é claro!
A legislação brasileira prevê no seu ordenamento que a veiculação de músicas, danças com conteúdo apelativo e que explorem a sexualidade fere o Código de Ética da Radiodifusão Brasileira que determina, mais precisamente no seu Capítulo II, artigo 15, cito: “as emissoras de rádio e televisão não apresentarão músicas cujas letras sejam nitidamente pornográficas”.
Já o artigo 71 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura que: “a criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de desenvolvimento”, ao passo que o artigo 59 prevê que “os municípios, com o apoio dos Estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos para espaços e programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude”.
Além disso, o ECA responsabiliza o poder público pela regulamentação de espetáculos públicos, entre eles shows musicais, informando as faixas etárias de acesso a que não se recomendam, além de locais e horários inadequados para a sua realização (Art. 74).
Não temos dúvidas que os meios de comunicação, são de fundamental importância no desenvolvimento humano e social e esta fenomenologia traz uma abertura grande ao conhecimento, bem como de entretenimento e diversão, porém, é sempre bom lembrar que a TV, assim como a música se trazem consigo elementos impróprios para as crianças tem um efeito significativo no campo da maturação social da mesma, neste sentido temos que cuidar de modo que isto não torne um no futuro grande problema social.